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Foto do escritorMário Verri

15% das denúncias recebidas pelo Conselho Tutelar Zona Sul são de Iguatemi

Foram 88 registros no segundo semestre de 2020. Órgão divulgou os dados para o vereador Mário Verri nesta semana. Conselheiros pedem a criação de mais dois Conselhos e de um Creas


Os conselheiros tutelares de Maringá não pararam os trabalhos durante a pandemia da Covid-19. No entanto, houve queda de 65% nos registros de atendimentos em 2020, segundo dados do Conselho Tutelar Zona Sul. Foram 2.738 registros em 2019, contra 947 em 2020. A redução preocupa o órgão, por isto, nesta semana os conselheiros Néia Maria Escaliante, Ítalo Maroneze e Rodrigo Veríssimo procuraram o vereador Mário Verri (PT).

Na visita, eles relataram que as denúncias também reduziram no segundo semestre do ano passado, pois muitas eram feitas pelas escolas, que estão fechadas por causa do coronavírus. Nos registros do período, os familiares apareceram como os principais violadores (448), seguidos pelo Estado (84) e a sociedade (24). Já o principal tipo de violência cometida foi negligência e abandono, que somaram 313 registros (52% dos casos). As principais vítimas atendidas no segundo semestre do ano passado tinham entre 10 e 14 anos - total de 153 crianças e adolescentes (26%).


Para contribuir com a construção de políticas públicas voltadas à criança e ao adolescente, pela primeira vez os conselheiros também tabularam as denúncias recebidas de acordo com os bairros e perceberam que mais de 15% dos registros são do Distrito de Iguatemi. No segundo semestre de 2020 foram 88 registros somente neste distrito. Outras 59 (10%) denúncias vieram dos conjuntos Tarumã, Odwaldo Bueno e jardim São Paulo. Das regiões das zonas 4, 5 e 6 foram gerados 53 (9%) registros. Ao todo, no segundo semestre do ano passado, o Conselho Tutelar Zona Sul recebeu 584 denúncias de crimes contra a infância em Maringá.


Os dados assustam e são alarmantes, diz o vereador. “Com as escolas fechadas há mais de um ano, os casos de violência física e sexual contra crianças e adolescentes não estão chegando até os conselheiros. E os números mostram que a maioria dos crimes acontece nas próprias residências das vítimas, que neste momento estão em isolamento social”, lamenta Verri.


Na conversa, os conselheiros tutelares pediram a criação de mais dois Conselhos Tutelares em Maringá e de um terceiro Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) - pautas antigas e importantes, para que mais pessoas possam ser atendidas pelos órgãos. Inclusive, a intenção é que o novo órgão seja instalado no Distrito de Iguatemi, onde atualmente há um grande número de denúncias.


Vale ressaltar que hoje, mesmo com a queda durante a pandemia, o volume de atendimentos é alto para o número de conselheiros atuantes. “Por isto, vamos trabalhar em conjunto com o órgão para que a ampliação dos serviços aconteça o quanto antes”, afirma o vereador.


Para concluir, o vereador ainda lembra que existem vários canais de denúncias para esses crimes que envolvem crianças e adolescentes em Maringá. Pelos telefones do Disque 100, Nucria (44) 3255 3936 e Conselho Tutelar (44) 99102 5875 e 99119 0071.


Mais estatísticas do Conselho

São meios de recebimento de denúncias o e-mail institucional (433), as ligações em regime de plantão (75), no expediente (40), os Disque 181 (18), 100 (16) e na sede (2). Algumas denúncias do Disque 100 são computadas via e-mail, quando são repassadas ao Conselho por outros serviços/órgãos pelo endereço eletrônico.

Considera-se agente violador, aquele que cometeu a violação, podendo a mesma violação ser cometida por mais de um agente. Nas denúncias em que o agente foi identificado, os familiares aparecem como os principais violadores (448), seguidos pelo Estado (84), Sociedade (24) e a própria criança ou adolescente quando oferece risco por sua própria conduta (23).

Quanto ao tipo de violência observado na denúncia, também é possível identificar mais de uma violação. Do total de violências elencados (597), seguem os percentuais:


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